Os Fundamentos da Teologia Reformada
1. A Soberania de Deus
Isaías 46:9:
“Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim.”
Deus governa soberanamente sobre todas as coisas. Nada acontece fora da sua vontade ou conhecimento. Essa verdade traz consolo ao crente, pois mostra que o universo não está ao acaso. Deus dirige a história, as nações e nossas vidas com sabedoria perfeita. Ele criou tudo e sustenta tudo com seu poder. Mesmo a dor e as provações estão sob seu controle e servem a um propósito maior.
2. A depravação total do homem
Romanos 3:10–11:
“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus.”
Desde a queda, o homem é espiritualmente morto e incapaz de buscar a Deus por si mesmo. A depravação afeta todos os aspectos do ser humano: mente, vontade, emoções e ações. A natureza humana é corrompida e inclinada ao pecado. Somente a intervenção divina pode conduzir o pecador ao arrependimento. Reconhecer essa condição destaca ainda mais a necessidade da graça de Deus.
3. A eleição incondicional
Efésios 1:4–5:
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”
Deus escolheu, por sua soberana vontade, aqueles que seriam salvos – não com base em méritos ou escolhas humanas. Essa eleição é fundamentada na graça e visa glorificar a Deus. Nenhum esforço humano pode influenciar essa escolha divina. A eleição revela a misericórdia de Deus e assegura que a salvação pertence a Ele do começo ao fim.
4. A expiação limitada
João 10:14–15:
“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. [...] Dou a minha vida pelas ovelhas.”
Cristo morreu especificamente pelos eleitos – suas ovelhas. Sua morte não foi vaga ou geral, mas eficaz e definida. Ele pagou o preço dos pecados daqueles que o Pai lhe deu. Todos por quem Cristo morreu serão salvos. Isso não limita o valor de sua morte, mas afirma sua eficácia absoluta. Sua cruz é uma obra consumada, não apenas uma oferta condicional.
5. A graça irresistível
João 6:37:
“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.”
Quando Deus chama alguém eficazmente, esse chamado transforma o coração. A graça de Deus conquista a resistência do pecador e o atrai amorosamente. O arrependimento e a fé não surgem do esforço humano, mas da ação soberana do Espírito Santo. Aqueles que são chamados pela graça irresistível certamente virão a Cristo. É uma graça que salva de fato, não apenas potencialmente.
6. A perseverança dos santos
Filipenses 1:6:
“Aquele que começou em vós a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.”
Todos os verdadeiramente regenerados permanecerão na fé até o fim. Embora possam cair e tropeçar, nunca se perderão completamente. A fidelidade de Deus sustenta seus filhos em meio às lutas. A salvação é iniciada por Deus, mantida por Deus e consumada por Deus. Isso dá segurança ao crente: Deus nunca abandona aqueles que são seus.
7. A autoridade das Escrituras
2 Timóteo 3:16:
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.”
A Bíblia é a Palavra infalível de Deus. Ela é a autoridade suprema em fé e prática. Nenhuma tradição, experiência ou opinião humana pode contradizer as Escrituras. A Bíblia é clara, suficiente e poderosa para transformar vidas. É por meio dela que Deus fala, corrige e guia o seu povo. Sola Scriptura – somente a Escritura.
8. A glória de Deus como fim supremo
Romanos 11:36:
“Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
O propósito final de todas as coisas é a glória de Deus. A criação, a redenção e a história existem para exaltar o seu nome. A teologia reformada é centrada em Deus – e não no homem. Ele é o autor, sustentador e alvo de tudo. Nosso viver, sofrer e servir devem apontar para a sua grandeza. A glória de Deus é o sentido da existência.
9. A necessidade do arrependimento
Atos 2:38:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados.”
O arrependimento é essencial para o início da vida cristã. É mais do que remorso – é uma mudança profunda de mente e coração. Envolve confissão, abandono do pecado e nova direção. O arrependimento é fruto da graça de Deus e é contínuo na vida cristã. Todo crente é chamado a viver uma vida de constante volta a Deus.
10. Somente Cristo
Colossenses 1:18–20:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja; [...] para que em tudo tenha a preeminência.”
Jesus Cristo é o centro da fé cristã. Somente Ele salva, intercede e reina. Nenhuma obra humana, nenhum mediador adicional pode substituir seu sacrifício. Seu sangue purifica e sua ressurreição garante a vida eterna. A teologia reformada exalta Cristo como suficiente e supremo. Tudo é por Ele, para Ele e por meio dEle – a Ele seja toda a glória!